O processo de doação de órgãos e a atuação da enfermagem: uma revisão integrativa da literatura

Abstract

O processo de doação de órgãos e tecidos é de extrema importância para aumentar a sobrevida de pacientes em algumas situações. Nesse contexto, o transplante de órgãos tornou-se uma possibilidade de tratamento em pacientes com falência de órgãos. Considerando todo este processo, o enfermeiro torna-se figura fundamental. Assim, o presente estudo teve por objetivo analisar a produção cientifica nacional sobre o papel do enfermeiro no processo de doação de órgãos. Para a obtenção dos resultados, optou-se pela revisão integrativa da literatura, realizada no mês de maio de 2018, a partir de artigos científicos brasileiros, disponíveis na íntegra nas bases de dados do LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Bases de Dados de Enfermagem). Como descritores para a seleção dos artigos, elegeu-se a combinação dos seguintes descritores: obtenção de órgãos, tecidos e enfermagem. Por meio dos critérios de inclusão/exclusão pré-estabelecidos, foram encontradas dez referências, na qual se realizou a análise e discussão dos dados. Nesse contexto, foram identificadas três categorias, as quais foram comparadas com a literatura disponível sobre o tema. A saber: Assistência de Enfermagem e/ou Cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), A Importância da Abordagem à Família e Estratégias para Facilitar o Processo de Doação. Por meio dos resultados apresentados, foi possível evidenciar a importância do enfermeiro no processo de doação de órgãos e tecidos. Sua participação esteve atrelada aos cuidados em unidade de terapia intensiva ao potencial doador, na abordagem à família e na criação de estratégias para aumentar a adesão à doação de órgãos. A assistência de enfermagem e/ou cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) existe a corrida contra o tempo, ou seja, o potencial doador pode passar por diversos fatores, como as instabilidades hemodinâmicas ocasionadas pela ME, dificultando a efetivação do paciente para ser doador. Assim, a equipe de UTI precisa prestar todo o suporte necessário tornando o transplante de órgãos seguro e eficaz. Quanto a abordagem da família, esta consiste na entrevista familiar. Quando bem planejada e realizada com seriedade e dignidade, tem como resultado não só o aumento do número de doações, como também a recuperação do sentimento de luto dos familiares. Para tanto, verifica-se a necessidade de aumentar as estratégias para facilitar o processo de doação. Investir na prática de capacitação dos profissionais pode potencializar a tomada de decisão segura por parte dos familiares e fortalece o vínculo família versus profissional de saúde. De modo geral, os estudos selecionados são de grande valia para o aperfeiçoamento da prática da enfermagem na área de transplante e doação de órgãos e refletem os cuidados nessa área do conhecimento, baseada nos princípios éticos e morais que regem a profissão de enfermagem.