O perfil e as percepções dos pacientes portadores de feridas crônicas atendidos em um ambulatório de estomaterapia de média complexidade

Abstract

Feridas crônicas constituem um importante problema de saúde pública com elevados índices de morbidade e mortalidade, embora sejam potencialmente controláveis por meio de ações assistenciais assertivas, podem resultar em inúmeras consequências, dado ao seu tratamento complexo e prolongado, podendo levar a amputações que repercutem diretamente na qualidade de vida dos portadores. Deste modo o presente estudo teve por objetivo conhecer o perfil dos pacientes portadores de feridas crônicas atendidos em um ambulatório de estomaterapia acerca do seu tratamento. Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa, desenvolvido com catorze indivíduos portadores de feridas crônicas atendidos por uma clínica especializada em curativos de média complexidade de um munícipio da região centro-sul do estado do Paraná. O trabalho foi desenvolvido após a anuência do comitê de ética sob CAAE 48501121.0.0000.0106. Os dados foram coletados nos meses de julho e agosto de 2021, mediante a entrevistas gravadas e utilizando um questionário semiestruturado para obter os dados sociodemográficos e compreender as percepções ao conviver com uma ferida crônica. Os dados extraídos foram submetidos a análise de conteúdo de Bardin. Os resultados apresentaram a predominância do gênero masculino, além disso a média de idade foi de 59 anos, a maioria de deles (57%) eram casados, com ensino fundamental incompleto ou analfabeto, ademais, a etiologia principal de lesão foi a úlcera venosa. Notou-se que vários são os fatores que podem interferir no manejo assistencial aos portadores de feridas, como as condições psicossociais, idade, renda, conhecimento do diagnóstico, comorbidades prévias, a dor e evolução da ferida, esses aspectos demonstram também que os indivíduos possuem preocupações vão além dos conceitos físicos, revelando ser essencial o atendimento multiprofissional especializado que priorize não somente a técnica, mas também que se tenha um olhar integral, humanizado e holístico.