A terapia medicamentosa no paciente geriátrico: as mudanças fisiológicas e seu reflexo na farmacocinética clínica

Abstract

O envelhecimento leva a um déficit funcional de múltiplos órgãos e sistemas, o que pode influenciar a farmacocinética e farmacodinâmica dos fármacos, em especial, a biotransformação hepática, excreção renal, e distribuição de fármacos associados a proteínas plasmáticas. Desta forma, a população idosa pode apresentar diferentes respostas aos medicamentos, estando mais susceptíveis à toxicidade e a ocorrência de interações medicamentosas, necessitando em alguns casos, de ajustes em sua posologia. O presente trabalho visou avaliar o perfil de utilização de fármacos em idosos através da verificação laboratorial das funções fisiológicas. Verificou-se uma elevada porcentagem de pacientes com déficit da função renal (56,2%) e declínio dos níveis de albumina sérica (20,8%). Além disso, a maioria dos idosos que apresentaram alterações laboratoriais utiliza fármacos que não são adequados para suas condições, principalmente aqueles com alterações da função renal, dos quais 93% fazem uso de medicamentos que possuem restrição renal. Desta forma, é possível concluir que os idosos apresentam riscos aumentados diante da terapia medicamentosa tornando-se fundamental um acompanhamento mais criterioso destes pacientes.